A passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por Imperatriz, nesta semana, deixou um recado nítido aos aliados maranhenses: Lula não pretende se desgastar para reunificar o grupo político no estado.

Mesmo com uma reunião prevista com o governador Carlos Brandão (PSB) para tratar da situação política local, o presidente demonstrou pouco interesse em intervir nas divisões que têm marcado o cenário maranhense.

Durante os compromissos oficiais, Lula evitou qualquer comentário sobre as disputas internas. No palanque, focou em temas institucionais e, em entrevista à TV Mirante, manteve o tom diplomático de sempre:

> “Tenho boa relação com o governador Carlos Brandão, tenho boa relação com o ex-governador Flávio Dino e tenho boa relação com os senadores e ministros maranhenses. E o que posso dizer é: a hora que se começa a brigar dentro de casa chega a um ponto que não tem mais jeito”, declarou o presidente.

A fala foi interpretada como um sinal de que o Planalto não pretende interferir diretamente nas articulações locais — o que, na prática, favorece o candidato do governo, Orleans Brandão (MDB), que segue ampliando vantagem na disputa contra o vice-governador Felipe Camarão (PT).

Nos bastidores, aliados de Lula avaliam que o presidente prefere preservar a estabilidade institucional com o governador Carlos Brandão, mesmo que isso custe o desgaste com setores do próprio PT no Maranhão.

Com isso, Lula adota uma postura de neutralidade estratégica, deixando claro que não pretende travar batalhas internas em um estado onde o grupo governista já mostra sinais de fragmentação.

Enquanto isso, Orleans Brandão continua consolidando apoios, e Camarão tenta reverter o quadro, mas sem contar, por ora, com a força política direta do presidente.