MP Eleitoral pede cassação do prefeito de Nova Olinda do Maranhão por compra de votos

O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação dos diplomas do prefeito de Nova Olinda do Maranhão, Ary Menezes, e de seu vice, Ronildo Costa, por abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2024. A manifestação foi protocolada na terça-feira (17) e integra a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), em tramitação na 80ª Zona Eleitoral de Santa Luzia do Paruá.

De acordo com o MP, as provas reunidas no processo incluindo vídeos, áudios e depoimentos  indicam que a campanha dos candidatos eleitos foi marcada por práticas ilegais, como pagamento em dinheiro, entrega de materiais de construção e promessas de emprego em troca de apoio político.

Um dos episódios mais emblemáticos envolve o eleitor Rodrigo Alves, que afirmou ter recebido telhas como recompensa por seu voto. Após o pleito, o material teria sido recolhido por ordem direta de Ary Menezes, episódio que ganhou repercussão nacional em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Outro caso citado é o de Adrião Silva Teles, que relatou ter recusado uma proposta de R$ 15 mil e uma oferta de emprego para garantir os votos de sua família ao grupo político de Ary. Há ainda relatos de que representantes da campanha teriam voltado à casa de eleitores para cobrar o retorno do dinheiro, suspeitando que os acordos de voto não foram cumpridos.

Para o promotor Gustavo de Oliveira Bueno, os crimes eleitorais cometidos não só feriram a normalidade e a legitimidade do processo, como também influenciaram diretamente no resultado das eleições, vencidas com uma diferença mínima de apenas dois votos.

“As condutas dos requeridos foram cruciais para definir o resultado das eleições”, destacou o promotor.

Diante da gravidade das acusações, o Ministério Público solicitou ao juiz eleitoral a cassação dos diplomas de Ary Menezes e Ronildo Costa, a decretação da inelegibilidade por oito anos e aplicação de multa.

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